ASTHEMG impede que o Governo covarde de Temer abafasse o crime contra Carlos Giovani

O bárbaro acontecimento no último dia 24 em Brasília em que a polícia atirou com arma de fogo contra manifestantes chamou a atenção do mundo. Promovendo um massacre a polícia feriu gravemente Carlos Giovani, funcionário público estadual aposentado do hospital de pronto socorro João XXII de Belo Horizonte/MG e membro da Associação Sindical dos Trabalhadores em Hospitais de Minas Gerais – ASTHEMG, um senhor de 61 anos que foi baleado no rosto.
Carlos Giovani foi levado em estado grave para o hospital Base de Brasília. Para surpresa a ASTHEMG enfrentou dificuldade em localizar em qual hospital ele estava, uma vez que o hospital não registrou seu nome na relação de pacientes, mesmo Carlos Giovani tendo se identificado ainda quando estava consciente. Fato esse que nós causou estranheza, vindo a localizá-lo somente após um grupo de advogados do movimento social de Brasília interceder.

No dia seguinte ao ocorrido o diretor da ASTHEMG Marcelino Santos junto com familiares do senhor Carlos Giovani saíram de Belo Horizonte/MG e foram para Brasília acompanhar o estado dele. No entanto, o Governo Federal e o Governo de Brasília blindaram as informações sobre o estado de saúde, inclusive da causa do ferimento, negando que tivesse sido ferido por uma arma letal. Impediram que representantes da ASTHEMG, que são da área da saúde, tivessem acesso a ele para confirmar o seu real estado.

A situação foi tão grave que a ida do paciente para a CTI só foi realizada na sexta-feira (26) após pressão e repercussão do caso. O Governo Temer na tentativa de esconder seu ato de barbárie colocou em risco à vida de um senhor que estava pacificamente exercendo o direito de manifestar podendo até causar sua morte. Não bastou promover o massacre e agora estavam negando o direito ao paciente e a sua família.
Para dar mais visibilidade ao caso a ASTEHMG promoveu em sua sede, em Belo Horizonte, uma coletiva com a imprensa e os familiares de Carlos Giovani que indignados cobraram um posicionamento das autoridades quanto à brutalidade da polícia. Questionaram também a dificuldade em obter informações sobre o estado de saúde no hospital Base de Brasília.  

O caso tomou conta do cenário nacional. A brutalidade com a qual ele foi atingido repercutiu nos jornais nacionais e internacionais. No dia 27, sábado, o presidente da ASTHEMG Carlos Augusto P. Martins e o diretor da UGT-MG Eduardo Sergio Coelho  foram a Brasília unir força com os que já estavam lá. Com apoio de parlamentares, em especial da deputada federal Erika Kokay, e movimentos sociais da capital conseguiram com que o hospital entregasse um relatório médico aos familiares e permitindo a visita dos nossos companheiros a Carlos Giovani.

Nessa segunda-feira (29) Carlos Giovani ainda inconsciente passou por uma cirurgia de reconstrução dos ossos da face, que foram severamente danificados pelo disparo. O quadro segue estável, apesar de ainda estar intubado e sedado. Os médicos de Braíslia pretendem diminuir a sedação para avaliar a reação dele que ainda está ligado à aparelhos.
A ASTHEMG continua ao lado da família e dispostos a transferi-lo para Belo Horizonte assim que o estado de saúde de Carlos Giovani possibilitar. A ASTHEMG também irá impedir qualquer tentativa do Governo Federal de abafar a sua culpa nesse ato de terror.  Ato esse que repercutiu na ONU que denunciou Temer por reprimir a manifestação e apoiar tais massacres contra a população desarmada.
Movimentos Sociais de MG e de Outros Estados do Brasil Manifestam Solidariedade a Carlos Giovani
Nessa quarta-feira, 31, vai ocorrer uma plenária em Brasília com a participação da OAB, movimentos sociais, centrais sindicais, entidades não governamentais, organismos internacionais, ativistas, ONGs, a comissão de Diretos Humanos federal e do DF e setores da igreja, todos, farão uma discussão para se solidarizar com os familiares de Carlos Giovani e criar uma rede de apoio a sua família, envolvendo movimentos sociais da capital do Brasil. Irão também apurar os fatos ocorridos e as devidas providências, estas que devem envolver também a preparação dos órgãos policiais e iniciativas de prevenção à violência.
Ato Público em Minas   
Em Belo Horizonte-MG as centrais sindicais se reuniram na UGT-MG nessa segunda feira (30), para debater o ocorrido e traçar medidas para que massacres como esses não aconteçam mais em manifestações.
O foco da reunião foi o caso de Carlos Giovani, as centrais sindicais iniciarão uma rede de apoio e proteção ao mineiro ferido em Brasília e a sua família. Dando suporte tanto afetivo, financeiro, material e de segurança.

As centrais também cobram do governo do estado de Minas Gerais uma posição sobre o ocorrido e que dialogue com o Governo de Brasília para deem todo apoio e suporte médico necessário. Será solicitado também que o estado de Minas Gerais disponibilize um médico da rede pública para acompanhar o caso e ter acesso aos relatórios médicos do hospital em Brasília. Visto que tivemos grande dificuldade em obter informações reais e precisas.
Outra medida tomada é de convocar um ato público em Belo Horizonte em repúdio as repressões e apoio as vítimas do Governo Temer em Brasília. As centrais sindicais irão dar mais visibilidade para que o ocorrido não seja esquecido e mostre que Minas Gerais não permitirá que tal brutalidade seja normalizada/banalizada.

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