Ontem, 18/02, os trabalhadores da rede Fhemig e usuários dos hospitais lotaram a Audiência Pública realizada na Assembleia Legislativa de Minas Gerais. A Comissão de Trabalho atendeu ao pedido dos trabalhadores grevistas após intensa mobilização na ALMG.
A Comissão foi composta pela Deputada Estadual Andréia de Jesus e os Deputados Estaduais Betão, Celinho Sintrocel e Professor Cleiton.
Apesar de terem enviado convite para o Presidente da Fhemig, Fábio Vitor, para o Secretário de Saúde, Carlos Eduardo Silva, os mesmos apenas enviaram representantes, Alice Glauber e Leandro Santana. Enquanto o Secretário de Planejamento, Otto Levy, nem mesmo um representante enviou, o que foi duramente repudiado pelos deputados.
Representando os trabalhadores e usuários participaram, ASTHEMG e o SINDPROS, Carlos Martins e Marcelino Jonas, do STC, Mônica Abreu, além do representante do sindicato dos médicos, Cristiano Albuquerque. O debate decorreu com a exposição dos trabalhadores sobre a pauta da greve e a falta de diálogo com o Governo.

A ausência da Seplag na audiência foi criticada, o deputado Celinho pediu respeito aos servidores. “A pauta é justa e necessária para a valorização do servidor público. A incorporação da ajuda de custo é legítima”.
Os representantes do Governo não acrescentaram nada novo, usando das mesmas desculpas apenas repetiram textos prontos sobre a falta de dinheiro do estado, culpando os governos anteriores.
Carlos Martins destacou ainda a necessidade da comissão participar da negociação para garantir que o Governo cumpra o acordo a ser firmado, no caso dos trabalhadores votarem pela sua aceitação. O deputado Celinho Sintrocel colocou a comissão que preside à disposição para participar da negociação.
Os trabalhadores tiveram voz e fizeram duras e verdadeiras críticas à Gestão da Fhemig, destacando que não existe planejamento para as unidades e muitas mantém equipamentos parados, seja por falta de bateria ou mesmo funcionários. Tetos e goteiras que nunca são consertados. Muitas vezes cabe aos trabalhadores arrumar e “se virar” para garantir a segurança e atendimento aos pacientes.


Em uma fala aplaudida uma servidora do João XXIII reforçou a diretora de gestão de pessoas, Alice X, que os trabalhadores não têm medo. “A enfermagem é resiliente. Vocês podem bater, mas a gente não vai cair”, discursou Camila Silva.
A comissão aprovou requerimentos, entre os quais um que solicita à Seplag e à Fhemig a garantia de atendimento das reivindicações dos servidores e outro que propõe manifestação de repúdio ao titular da Seplag, Otto Levy, por não comparecer ou enviar representante à audiência.
Outro requerimento solicitado pelo presidente da ASTHEMG e SINDPROS e aprovado trata da fusão do Hospital Infantil João Paulo II e João XXIII, onde será realizada uma visita técnica. Carlos ressaltou que essa fusão deve ser avaliada e investigada, uma vez que essa fusão pode representar prejuízo para assistência aos pacientes e aos trabalhadores.
Deputados reforçam a nossa luta
O deputado Betão lembrou que a categoria vem sendo alvo de ataques feitos governos. “Não é um quadro fácil e precisamos manter a unidade diante das reformas que virão”, acrescentou.
A Deputada Andréia de Jesus, muito elogiada pela receptividade e apoio a nossa luta, completou que é clara a intenção do governo de deteriorar a saúde para privatizá-la. “Essa luta é por uma política pública que nos mantém vivos”, reforçou, também cobrando respostas concretas.
“Quem cuida da saúde tem que ser cuidado. A Fhemig é um orgulho para Minas Gerais”, reforçou também Professor Cleiton.
Os deputados afirmaram que continuarão acompanhar as negociações e situações dos trabalhadores da rede Fhemig. Mantendo contato direto com os comandos de greve.