DEPUTADOS FISCALIZAM HOSPITAIS DA FHEMIG

Ontem, 05/03, em agenda oficial a Comissões de Direitos Humanos e de Trabalho, Previdência e Assistência Social da Assembleia Legislativa de Minas Gerais realizaram uma visita técnica de fiscalização nos hospitais da Fhemig – Pronto Socorro João XXIII e Hospital Infantil João Paulo II. Essa fiscalização dos deputados estaduais foi atendendo um pedido da ASTHEMG e SINDPROS que vêem denunciando a precariedade gerada pela gestão da Fhemig.
Na visita a unidade a deputada Andreia de Jesus e o deputado Betão puderam ver banheiros sem barras de apoio, equipamentos estragados, falta de insumos e  pacientes distribuídos por macas nos corredores. Os parlamentares foram acompanhados em todo o percurso pelos os trabalhadores do hospital e os representantes da ASTHEMG e SINDPROS. 
Direção mente para deputados

Os deputados conversaram com o diretor-geral HPS, Frederico Bruzzi, que contradizendo todos os trabalhadores e pacientes do hospital afirmou que a “estrutura do hospital é adequada e só tem problemas pontuais”. E que falta de instrumentos de trabalho não é um problema recorrente e só acontece quando há atraso dos fornecedores. Chegou ao cúmulo do diretor geral alegar que as situações constatadas no hospital foram forjadas pelos trabalhadores.
O sindicato classificou como irresponsável a declaração do diretor e disse que os próprios pacientes têm relatado o problema e que vídeos mostram a falta de insumo. Os problemas são estruturais e visíveis e não forjados, e esta alegação é uma justificativa para a incapacidade da direção de resolver a situação”.
Direção ameaça trabalhadores
Os trabalhadores também denunciaram aos Deputados o assédio sofrido dentro das unidades pelas chefias e diretores. Eles relataram que a direção está ameaçando os trabalhadores que estão participando da greve com punições. 
Os Deputados declararam essa atitude bizarra, claramente uma violação constitucional, uma vez que é garantido o direito à greve aos trabalhadores. Utilizaram do abuso de autoridade ao notificarem através de um documento ameaçando esses servidores. “Não compete aos diretores dos hospitais fazer qualquer tipo de ameaça relacionada ao direito de greve.” Principalmente a esse movimento grevista que está judicializado e já reconhecido pela Justiça como legítima e um direito dos trabalhadores.
Falta tudo nos hospitais até a verdade da gestão
A direção do hospital tentou usar como desculpa a greve para justificar situação de abandono do HPS.  Mas, os trabalhadores  sabem e afirmaram que os problemas acontecem há anos, essa também é nossa pauta de reivindicação. A falta de esparadrapo durante vários dias, por exemplo, foi salientada por muitos dos funcionários, grevistas e não grevistas, que contaram ser obrigados a usar fita crepe no lugar, material que aumenta em muito o risco de infecção. a compra dos insumos não tem sido feita de acordo com padrões técnicos adequados.

“Caroline Pereira, mãe de um paciente de 5 anos de idade internado há um mês no Hospital João XXIII, afirmou que um curativo foi feito em seu filho depois de uma cirurgia, mas, finalizado com o esparadrapo, acabou soltando ao longo da noite e a criança precisou ser operada novamente.
Os banheiros destinados ao uso dos pacientes em grande parte não têm maçanetas e precisam ser fechados com uma faixa médica, que segura as portas. A questão mais grave é a falta de barras de apoio para pacientes que, por serem idosos ou estarem com múltiplas fraturas, não conseguem se equilibrar. Foram relatadas quedas e complicações nos quadros dos pacientes por essa razão.
Deputados sentiram na pele
Muitas irregularidades também foram observadas quanto às condições de trabalho no local. A sala onde é feita a revelação das imagens de raios-x, por exemplo, teve a tubulação por onde circulava o produto químico utilizado no processo danificado. Removida a tubulação, esses produtos passaram a ficar em galões dentro da sala. Porém, são materiais altamente tóxicos, perigosos tanto para pacientes quanto para os servidores que trabalham no setor.
A deputada Andreia de Jesus afirmou que em poucos minutos dentro do ambiente, já é possível sentir irritação nas vias aéreas. Os banheiros de funcionários também estão em más condições. A deputada ficou assustada com a situação. Muitos servidores apontaram que há falta de insumo para atendimento das pessoas.
“É um hospital que precisa urgentemente de interdição para que obrigue o governador a tomar uma providência. São coisas muito simples. Estamos falando de manutenção da estrutura e de atender à saúde psicológica e física dos trabalhadores. É muito grave”, completou a deputada.
O deputado Betão diz que os parlamentares mediarão diálogo com o governo estadual para a solução dos problemas. “Observamos situações críticas, mas questões simples, como essa de banheiro compartilhado por ambos os sexos, não tem fechadura na porta, pia para lavar as mãos entupidas. São questões que, em alguns casos, são simples”, detalha.
Andreia de Jesus e Betão afirmaram que foi possível observar que os servidores têm razão em suas denúncias. Na avaliação dos parlamentares, é preciso chegar a um acordo para o fim da greve, mas, para isso, o governo tem de garantir, por exemplo, que os abonos salariais não serão descontados dos grevistas.
Outra preocupação dos servidores é a fusão da ala pediátrica do Hospital João XXIII com o Hospital Pediátrico João Paulo II. Os funcionários, porém, questionam a decisão Não somos contra desde que seja feitos estudos transparentes das que impliquem em benefícios reais para os pacientes e não apenas uma forma de reduzir custo como parece ser a intenção do Governo.  As Comissões da Assembleia Legislativa disseram que vão buscar mais esclarecimentos e defenderam uma discussão ampla sobre a fusão das duas unidades. 

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